O que eu achei de “Touch”?
Kiefer Sutherland será o eterno Jack Bauer, disso não temos a menos dúvida. Como ele será, a partir de agora, protagonizando “Touch“, o novo seriado de Tim Kring? O episódio piloto, exibido nos Estados Unidos no dia 25 de janeiro, já nos dá uma prévia bastante intrigante do que esperar da série daqui pra frente.
Sutherland interpreta Martin Bohm, um funcionário de uma companhia aérea que já foi um consagrado jornalista. Sua vida vira de cabeça para baixo quando sua esposa morre nos atentados de 11 de setembro e ele precisa cuidar de seu filho Jake. Tudo não passaria de uma típica situação americana pós-9/11, se não fosse o detalhe de que Jake, agora com quase 11 anos, é autista e nunca disse uma única palavra.
Estamos todos interconectados. Nossas vidas estão ligadas, de forma invisível, às daqueles cujos destinos tocam os nossos.
O autismo de Jake lhe dá algo como “superpoderes”. Ele é capaz de decifrar tudo aquilo que é possível captar através dos números. A partir dessa habilidade, Martin corre contra o tempo (meio “24 Horas“?) e tenta descobrir o que seu filho quer lhe mostrar. Tudo gira em torno do número 318 (que também é a data em que tudo ocorre: 18 de março), que é também o número responsável por salvar um ônibus cheio de crianças de uma explosão. A partir desse desfecho, o pai acredita que encontrou uma maneira de se comunicar com o filho.
A história tem paralelismos, a fim de mostrar como estamos todos conectados.
Há um antigo mito chinês sobre o Fio Vermelho do Destino. Diz que os deuses prendem um fio vermelho no tornozelo de cada um de nós, conectando-o a todas as pessoas cujas vidas estamos destinados a tocar. Esse fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.
Um celular perdido no aeroporto passa de mão em mão, em vários países. A finalidade do objeto é mostrar como as vidas daqueles que tiveram acesso ao celular estão interligadas, sem que nenhum deles saiba disso. Por fim, o celular acaba sendo a salvação de um menino árabe, que estava prestes a virar uma bomba humana. Ele foi salvo por duas pessoas: pelo dono do celular (o aparelho servia, naquele momento, como o ativador da bomba) e pela atendente da operadora de telefonia móvel, que teve uma de suas performances como cantora gravada no mesmo celular.
O piloto é intrigante, tenso, com cenas que prendem muito a nossa atenção. A relação pai e filho é algo que pretende tocar. Uma coisa, por enquanto, que me preocupa, é a fama do criador da série. Kring foi o responsável pelo sucesso instantâneo de “Heroes“, porém, também foi o responsável pelo Titanic que a série se tornou. Ele é bom em criar situações e deixá-las cada vez mais interessantes. Mas, ele não é bom em resolvê-las. Vamos torcer para que o mesmo não aconteça com “Touch”, e que o Kiefer consiga se livrar do estigma Jack Bauer e se torne Martin Bohm de uma vez por todas.
Conforme já anunciado por aqui, “Touch” estreia no Brasil no fim de março, pela FOX. Não deixe de conferir! Até lá, assista ao trailer de divulgação da série (em inglês):