5 desenhos que marcaram a nossa infância
Não é nenhuma novidade que os desenhos da atualidade não são — nem de perto — parecidos com aqueles da nossa infância. Quem assistia os cartoons nas tardes do início dos anos 1990, sabe exatamente do que eu estou falando.
Os desenhos eram, no mínimo, ingênuos e inocentes. Os poucos que abordavam lutas e guerras não eram violentos, eram politicamente corretos, sem incitar nenhum tipo de agressão física ou verbal. Parece chato? Nem um pouco, essas raridades marcaram nossa infância e merecem ser relembradas. Vamos lá?
5º — He-Man
He-Man esconde-se por trás da identidade do Príncipe de Etérnia, Adam, filho do Rei Randor e da Rainha Marlena, um jovem que ganhou a Espada Mágica depois de ser levado ao Castelo de Grayskull pelo amigo Mentor. Erguendo a espada de Greyskull e gritando “Pelos poderes de Greyskull… Eu tenho a Força!” ele transforma-se em He-Man, o homem mais poderoso do universo. Ao seu lado está seu tigre de estimação, o medroso Pacato, que quando tem a espada de Greyskull apontada para ele durante a transformação de He-Man, vira o “Gato Guerreiro”, um animal forte e feroz e que serve de montaria para o herói.
“He-Man” era o sonho de qualquer moleque. Quem não queria ter uma espada para gritar “Eu tenho a força!”? E muitos tiveram a espada, que na época, era comercializada e foi um dos brinquedos mais vendidos, superando bolas e bicicletas. O homem mais poderoso do universo carregou consigo uma legião de fãs e, devido ao seu imenso sucesso, o desenho gerou até um spin-off: “She-Ra”, a irmã perdida de He-Man (a qual veremos mais detalhadamente adiante). E não parou por aí. O grupo infantil Trem da Alegria gravou uma música especialmente para os fãs do guerreiro.
“He-Man e Os Mestres do Universo” (seu nome original) teve sua origem nos brinquedos (saiba aqui porquê) e era veiculado no Xou da Xuxa, onde conquistou o auge. Depois o desenho foi transmitido por outros canais, mas seu sucesso nunca mais foi o mesmo. “He-Man” durou duas temporadas, totalizando 130 episódios.
4º — She-Ra
Depois do incrível sucesso que o desenho animado do personagem He-Man alcançou, foi criada “She-Ra”, visando alcançar o público feminino. Com o mesmo estilo e boa animação, “She-Ra, a Princesa do Poder” era somente uma versão feminina do Príncipe Adam, mas acabou emplacando também. A animação trazia uma excelente jogada de marketing que a ajudou a atingir uma grande aceitação imediata: a personagem título do programa era irmã de He-Man.
No desenho a princesa Adora é, na verdade, a irmã gêmea do Príncipe Adam, filho do Rei Randor e da Rainha Malena. Quando ela era apenas um bebê, Hordak raptou-a do Palácio e levou para o reino de Etheria (que fica no mesmo universo que Eternia, mas ninguém sabe exatamente a distância entre os dois planetas). Hordak, que foi mestre do Esqueleto, resolveu fugir de Eternia quando se sentiu ameaçado por seu aprendiz. A Feiticeira, responsável pelo castelo de Grayskull, apagou da mente de todos de Eternia qualquer tipo de lembrança em relação a princesa, para amenizar a dor do Rei e da Rainha.
Claro que as garotas da época adoraram a ideia de ter uma representante no mundo dos cartoons e puderam competir por atenção com os meninos. O programa fazia parte da grade de desenhos do programa da Xuxa e muitos brinquedos da heroína foram lançados, inclusive a própria Xuxa gravou uma música em homenagem à irmã do He-Man (particularmente, acho essa música horrível e decadente). “She-Ra” ficou no ar por duas temporadas e finalizou com 93 episódios.
3º — Muppets Babies
Exóticos bichinhos vivendo em um berçário, onde aprontam as maiores confusões (e nem é “Sessão da Tarde”). Cuidados atentamente pela Babá, uma mulher que só é mostrada dos joelhos para baixo, usando sempre uma meia listrada. Entre os personagens temos a porquinha esnobe e aspirante a superstar chamada Piggy; o sapo Caco é uma espécie de líder da turma e sempre surge dele as ideias para sair das confusões — ou entrar nelas; Gonzo é apaixonado por Piggy, mas ela é apaixonadíssima por Caco. Gonzo tinha uma galinha chamada Camilla; outros personagens eram Fozzy, o ursinho; Rowlf era o cachorro pianista; Scooter era o nerd e sua irmã Skeeter era a esportista; e claro, o Animal é aquele que come tudo que vê pela frente.
A animação foi um sucesso imensurável. As tardes no SBT eram mais felizes na presença dessa turma. Os “Muppets Babies” chegavam à nossa telinha pelo programa “Show Maravilha“, apresentado por Mara Maravilha (anos antes da conversão em Cristo). A animação durou sete temporadas e finalizou com um total de 110 episódios.
2º — Doug
A série se passa na cidade fictícia de Bluffington, para onde Doug e sua família se mudaram, saindo de Bloatsburg. A animação mostra a vida e as imaginações do personagem título, um estudante chamado Douglas Yancey Funnie. Ao lado de Doug, acompanham seu cachorro Costelinha e seus amigos: Skeeter Valentine e Patti Mayonnaise; e seu inimigo, Roger Klotz, o valentão da escola. A maioria dos episódios começa com Doug escrevendo no seu diário os fatos mais recentes de sua vida, e o episódio exibido acaba por ser um flashback de Doug, que narra os eventos.
Quem não se lembra do “Homem Codorna”? Esse era o super-herói vivido por Doug, ao lado do seu amigo Skeeter, que dá vida ao Mosquito Prateado. O desenho foi um sucesso na TV Cultura e ia ao ar sempre depois de “O Mundo de Beakman” (antes de ser substituído por “As Aventuras de Tintim”). Um detalhe notável sobre o design dos personagens é o uso de cores incomuns de pele: Doug é de pele clara, enquanto seu vizinho Sr. Dink é roxo, Skeeter é azul, Patti é marrom-claro e Roger é verde-claro. “Doug” ficou no ar durante oito temporadas e teve 123 episódios.
1º — Cavalo de Fogo
O desenho conta as aventuras de Sara, uma menina de 13 anos que um dia descobre que, na realidade, é uma princesa de um reino de outra dimensão chamado Dar-Shan. Dar-Shan há tempos atrás era um lindo reino, onde havia paz e felicidade e conviviam em harmonia os humanos, cavalos e outros seres. Mas Diabolyn, a irmã da Rainha Sarana, queria ser rainha no lugar da irmã, ter controle, poder, sendo assim, jogou uma maldição à família real. A Rainha Sarana, em seu leito de morte, encarregou a Cavalo de Fogo, um valente cavalo, a tarefa de levar sua filha recém-nascida, Sara, para um lugar longe dali, para livrá-la do feitiço e salvar-lhe a vida.
A princesa Sara foi um marco na infância dos trintões de hoje em dia. “Cavalo de Fogo” (cujo nome original é “Wildfire”) foi um grande sucesso nas manhãs e tardes do SBT. Foi exibido no “Oradukapeta” (que era apresentado por Sérgio Mallandro) e “Show Maravilha”. Por incrível que pareça, a animação só teve uma única temporada e durou apenas 13 episódios, embora tenhamos a impressão de ter assistido muito mais episódios. “Cavalo de Fogo” é um tesouro escondido nos baús do SBT, que infelizmente, não tem o menor interesse em exibi-lo novamente. Bons tempos aqueles.