“Alcatraz”: a primeira impressão é a que fica?
Estreou no último dia 16 de janeiro, na FOX americana, “Alcatraz“, a nova série de J. J. Abrams (criador de sucessos como “Lost“, “Fringe“, “Alias” e “Felicity“). A expectativa em cima da estreia foi grande, afinal, a responsabilidade da série é, nada mais, nada menos, do que ser a nova “Lost” do momento. Será?
A premiere aconteceu com a exibição de dois episódios em sequência e foi exatamente quando conhecemos nossos protagonistas. Antes de iniciar a discussão sobre os episódios, quero lembrar o que foi Alcatraz e como a premissa da série tem tudo para dar certo.
Alcatraz é uma ilha localizada no meio da Baía de São Francisco na Califórnia, Estados Unidos. Inicialmente foi utilizada como base militar, e somente mais tarde foi convertida em uma prisão de segurança máxima. Durante seus 29 anos de existência, a prisão alojou alguns dos maiores criminosos norte-americanos, como Al Capone, Robert Franklin Stroud, Alvin Karpis e Frank Morris. A prisão foi fechada em 21 de Março de 1963, menos de um ano após a primeira fuga realizada na prisão. O governo alegou que o complexo foi fechado devido ao seu alto custo de manutenção, e ao fato de que não garantia uma total segurança, em relação às prisões mais modernas. Era mais fácil e mais barato construir uma prisão nova do que melhorar as condições de Alcatraz.
— Wikipédia
Misturando a realidade que foi a existência de Alcatraz com a ficção, temos esse novo seriado. A trama principal é que 302 pessoas que estavam na ilha, entre presidiários e funcionários, desapareceram, em 1963. Ninguém sabe o que aconteceu e todos foram dados como mortos. Porém, quase cinco décadas depois, essas pessoas começaram a reaparecer e é a partir daí que iniciam as investigações de Rebecca Madsen (Sarah Jones), uma detetive que está ligada aos mistérios da ilha; Diego Soto — ou Doc — (Jorge Garcia), um historiador apaixonado por quadrinhos, obcecado pela história de Alcatraz, que já até escreveu livros sobre; e Emerson Hauser (Sam Neill), um agente do governo federal que tem um passado misterioso… na ilha.
Logo de início percebe-se que as coisas acontecerão por baixo dos panos. Não parece ser uma missão oficial do governo americano, temos a impressão de que é uma caça às bruxas, liderada por Hauser. Nos dois primeiros episódios conhecemos, de cara, dois dos prisioneiros da ilha, que reaparecem quase 50 anos depois. Detalhe: eles não envelheceram. É aí que o mistério toma conta e ficamos sem entender como isso é possível. O que aconteceu? Por que não envelheceram? E quem está por trás disso?
Com a ajuda de Lucy Banerjee (Parminder Nagra, a eterna Neela de “ER“), assistente de Hauser, iniciam-se as investigações, os links com o passado e os próximos passos desses criminosos que, misticamente, ressurgem de algum lugar do planeta. O que se descobre no final do segundo episódio é que a própria Lucy também tem um passado misterioso na ilha, mas não saberemos se isso será explorado já no terceiro episódio, é aguardar para ver.
A atuação de Sam Neill é fantástica, um misto de sadismo com curiosidade e teimosia. O que coloca em xeque o personagem de Jorge Garcia, que ao meu ver está muito semelhante ao seu Hurley, da finada “Lost”. Ele será alvo fácil de chacotas, por mais inteligente e nerd que seja quando o assunto é a ilha de Alcatraz. Mas, é cedo para dizer onde tudo isso vai nos levar.
Para quem gosta de um pouco de realidade misturada com ficção e fantasia, “Alcatraz” terá tudo para agradar. Com uma estreia que contou com 10 milhões de telespectadores, a nova aposta da FOX pode durar algumas temporadas, se não ultrapassar aquela linha tênue entre a ficção e o fantástico e se tornar intragável.
Esse seriado promete, cheio de mistérios mais totalmente diferente de lost.