E o final de “Private Practice”…
Em 22 de janeiro foi ao ar o último capítulo de “Private Practice“, uma das séries que acompanhava todas as semanas. No melhor estilo das telenovelas, o último capítulo emendou os fios soltos durante a última temporada e teve muito beijo na boca e casamento(s).
Nestes seis anos de produção, a serie encontrou vários desafios, entre eles, tentar se distanciar de sua “série irmã”, o drama “Grey’s Anatomy“. Não foi um caminho fácil, principalmente por culpa dos próprios roteiristas e da criadora da atração, Shonda Rhimes, que nunca souberam ousar nesta série que, sim, poderia ter sido melhor do que foi. A história de “Private Practice” nasceu com o sucesso do seriado da doutora Meredith Grey, quando Shonda apresentou o projeto de um novo programa. Para não correr risco, pegaram uma personagem carismática, porém pouco aproveitada de “Grey’s Anatomy”, a Dr. Addison Montgomery (a bela atriz Kate Walsh), ex-esposa do Dr. Derek Shepherd (Patrick Dempsey). Addison sai da chuvosa Seattle e vai para ensolarada Los Angeles, onde é convidada a praticar sua especialidade numa clínica particular (daí vem o nome original do programa).
Na Oceanside, a cirurgiã neonatal passa a trabalhar com seus ex-colegas de faculdade: Dr. Sam Bennet (Taye Diggs) e sua esposa Dra. Naomi Bennet (Audra Mcdonald). O diferencial desta clínica, e que também chama a atenção de Addison, é a forma como os médicos da clínica tratam os pacientes do lugar, como se fossem velhos amigos. Ela também conhece o pediatra Dr. Cooper Freedman (Paul Adelstein); a durona e mal humorada Dr. Charllotte King (KaDee Strickland); o recepcionista Dell (Chris Lowell); um médico com tendências naturalistas Pete Wilder (Tim Daly); e a psicóloga Violet (Amy Brenneman). Este foi o elenco fixo da primeira temporada que estreou bem no ano da famigerada greve dos roteiristas que parou Hollywood em 2007. Com apenas 9 episódios produzidos, sem contar o capítulo de “Grey’s Anatomy” onde os personagens foram apresentados ao público, este primeiro ano desenvolveu pouco os personagens e teve um tom de comédia dramática que permeou a temporada, confundindo um pouco o público que esperava algo mais barra pesada devido ao horário de exibição nos EUA: 22h.
Em seu segundo ano, “Private Practice” ganhou um tom mais sério, mas infelizmente, acabou parecido demais com sua “coirmã” com o caso da semana+namoricos no hospital. Se a série perdia desse lado, ganhava com o carisma de seu elenco que, definitivamente, estava longe do padrão pré-estabelecido da maioria dos seriados americanos: os atores não eram lindos de morrer. Aos poucos, os personagens foram sendo melhor aproveitados e mais aceitos pelo público, mas na mídia de um modo geral, sentia-se a posição que o seriado possuía. Como se fosse um patinho feio.
Na 3ª temporada, dois fatos foram considerados pelos fãs como “a temporada em que…”. Então, essa foi a temporada em que Addison namorou Pete e formaram um belo casal; ou a temporada em que Dell morreu. No quarto ano, houve a inclusão dos atores Brian Benber como psicólogo Sheldon Wallace e Amelia Shepherd feita por Caterina Scorsone que foi cunhada de Addison. Ela é uma neurocirurgiã talentosa e orgulhosa. Aqui tivemos também uma das melhores tramas apresentadas na história da serie: o estupro de Charlotte, quando a atriz KaDee Strickland pode mostrar um talento que ninguém tinha visto ainda. Tudo que rolou entre Addie e Pete foi esquecido na temporada seguinte já que ele voltou para Violet, foi uma trama bem mal explicada.
O destaque do quinto ano foi o vício em drogas que Amelia sofreu. A atriz Caterina Scorsone também deu um show de interpretação, principalmente no episódio da intervenção, no qual ela insulta a todos. Outro assunto que deu o que falar foi o relacionamento entre Addison e Sam, grande parte dos fãs achavam os dois sem química. Outro assunto interessante foi o divórcio de Violet e Pete, devido a paciência do médico estar cada vez mais curta, principalmente após o infarto que ele sofreu.
A série já começou a sexta temporada sabendo que seria o último ano. Nos primeiros episódios, os roteiristas trataram de encerrar alguns assuntos que surgiram na temporada anterior. Os atores Benjamin Bratt e Griffin Gulack agora fazem parte do elenco fixo. Benjamim faz Jake Reilly, o novo interesse romântico de Addison; e Griffin é Mason, o filho que Cooper não sabia que tinha. A partir do episodio 7 tivemos um sopro de criatividade na série: os capítulos seguintes foram focados em um personagem diferente, fazendo com que cada um pudesse ter um final convincente. E a edição dos episódios também saiu do lugar comum, como naquele focado em Charllote onde cada bloco, após os intervalos, começava com um sonho onde ela dança algum tipo de música com Cooper. Foram momentos realmente agradáveis estes últimos episódios do programa.
Fazendo um balanço geral de “Private Pratice” pode-se dar uma nota 7,5. Os personagens foram um pouco superficiais e imaturos e, mais uma vez, assim como em “Grey’s Anatomy”, a protagonista foi ofuscada diversas vezes pelos personagens secundários. Faltou também um pouco de ousadia dos produtores ao apresentar episódios temáticos. Talvez Shonda Rimes tenha feito de propósito, até mesmo para diferenciar as duas séries que se passam no mesmo universo. Mas as histórias e seus personagens eram legais e deixaram saudade naqueles que acompanharam o programa.